O
Judiciário determinou o afastamento do prefeito Walter Pereira Filho (PPS), de Varjão de Minas, no Noroeste do estado, após suspeitas de
improbidade administrativa. No início da noite desta quarta-feira (14), o
vice-prefeito Nadir Venâncio Campos (PHS) assumiu o cargo por determinação do
juiz Marcus Caminhas Fasciani. O advogado do prefeito disse que ele entrou com
um recurso visando o retorno imediato dele ao cargo.
Para
não comprometer as investigações sobre supostos atos de improbidade
administrativa –
incluindo uma fraude na licitação para contratação de empresa para fazer a
coleta do lixo no município e também o uso indevido de máquinas e servidores
públicos em obras particulares - o juiz afastou o político do cargo por 180
dias por conta de uma ação de medida cautelar, proposta pelo Ministério Público
Estadual (MPE).
A
ordem judicial obriga, ainda, que seis servidores municipais também sejam
afastados. Entre eles estão o secretário municipal de Compras, Geraldo José
Pereira, que é irmão do prefeito, e da secretária de Ação Social, Adriana de
Fátima Araújo, esposa de Walter.
As exonerações dos cargos de confiança estão entre os primeiros atos do
prefeito em exercício. "O primeiro passo é exonerá-los e empossar os novos
secretários. Também vamos fazer uma auditoria para ver o que está acontecendo,
qual documentação está faltando, tem computadores que ainda não conseguimos
acessar", disse Nadir.
Assim
que assumiu a Prefeitura, o vice-prefeito se deparou com uma situação grave. A
sala onde deveria ser o gabinete dele foi transformada em um depósito com
vários objetos, roupas, sapatos, brinquedos e alimentos que comporiam as cestas
básicas que deveriam ter sido distribuídas para a população de baixa renda. A
maioria dos alimentos está com o prazo de validade vencido há quase um ano.
Algumas embalagens foram raspadas no local onde deveria mostrar o prazo de
validade. "É muito lamentável tudo isso uma vez que em nossa cidade tem
muita gente passando fome, enquanto esses alimentos foram todos desperdiçados",
comentou o atual prefeito.
No setor financeiro, o advogado de Nadir apontou novos indícios de
irregularidades. Segundo ele, foram encontradas notas emitidas e empenhadas
após as 18h desta quarta, quando Nadir já havia assumido a Prefeitura. Além
disso, ele também encontrou documentos pagos sem assinatura, com valores que
variam de R$ 4 mil a R$ 11 mil pelo mesmo fornecedor. O advogado de Walter,
Daniel Sousa, disse que o vice-prefeito e correligionários passaram a noite na
Prefeitura alterando itens de lugar, retirando e colocando documentos e objetos
que não existiam na Prefeitura, na tentativa de simular uma situação que não
representa a realidade. Ele entrou com um recurso visando o retorno imediato do
prefeito ao cargo. O prefeito em exercício negou a acusação.
A entrada no prédio foi acompanhada por outras testemunhas e funcionários que
ainda estavam na Prefeitura. A secretária de Ação Social, Adriana de Fátima
Araújo e o secretário de Compras ainda não manifestaram sobre o assunto.
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