Confesso que nunca fui fisgado pelas maravilhas da informática e
suas revolucionárias inovações que facilitam o dia-a-dia da vida moderna, mas
que também podem transformar o universo das pessoas em uma irrealidade
corriqueira, entediante e solitária. Com a popularização da web, eu me tornei
um homem das cavernas, condenado pela era digital. Não tenho computador,
notebook, tablet ou smartfhone e não uso twitter, face-book, whatsaap,
instagram e nem sequer um simples “e-mailzinho”. Portanto, sou completamente
“desinformatizado” e sem acesso a nada que possa me conectar a esta grande
rede, com suas portas sem tramelas para os bons e para os maus.
Meu restrito
mundinho virtual se resume a um velho aparelho celular – comprado em três
prestações (sem entrada) – que serve basicamente para receber ligações e fazer
chamadas. No máximo, arrisco-me a responder algumas mensagens recebidas, desde
que não sejam de cobradores, o que vem ocorrendo com mais freqüência devido á
crise econômica mundial, que o derrotado e revoltado Aécio Neves insiste em
atribuir ao governo da minha musa Dilma Rousseff. Mas mesmo sem dispor de
outros recursos, prezo muito pelo meu arcaico celularzinho, cujo número – (34)
9961.4900 – eu preservo há mais de quinze anos.
Estou revelando este
meu perfil de “troglodita internautico” para abordar um tema levantado pelo meu
grande amigo, ex-vereador, advogado e carreiro de nascença, Gilson Corrêa, numa
saudável discussão política regada a cerveja, tira-gosto e a boa cachaça
produzida pelo vice-prefeito Jeovanine Rabelo, ocorrida dias atrás na varanda
da minha humilde residência. Os companheiros Lando Lacerda, Valmir Borges e o
nosso venerável mestre Tião Procópio – que não se curva à internet, mas sabe
tudo de informática – também participaram desta profícua reunião, sem lavratura
de ata para os anais da história.
O debate esquentou
quando Gilson Corrêa revelou como o uso da TI (pronuncia-se “Tê-i”) –
Tecnologia da Informação – contribuiu para a vitória do prefeito Zé Benedito na
eleição de 2012. Segundo ele, a campanha eleitoral do Dr. Zé contou com uma
brilhante equipe de tecnólogos em trackings, post menssenger, mídias sociais e
outras estratégias de comunicação, para captação e análise de informações
vitais, fatores científicos e dados estatísticos, como formas infalíveis de
arrebanhar votos. Esta equipe teria regido magistralmente as mais avançadas
ferramentas da internet, utilizando-se das novas concepções de marketing
político online, para convencer virtualmente os eleitores de que o Dr. Zé era o
único candidato capaz de promover os avanços administrativos e as mudanças que
superariam décadas de atraso no desenvolvimento econômico e social de Vazante.
Após a explanação de
Gilson Corrêa, eu me senti como um tolo por desconhecer a existência desta
suprema modernidade a serviço de uma campanha eleitoral. Imaginei que a tal de
TI deveria ser mesmo uma coisa hipnótica, que pode até ter levado milhares de
pessoas a acreditarem cientificamente no refrão da música “Vai dar tudo certo”,
hino dos fiéis seguidores do prefeito.
Mas, pensando
melhor, depois de excluir os vírus da campanha do prefeito, concluí que a
verdadeira TI que influenciou o resultado daquela eleição foi a “Taxa de
Isgoto”, usada compulsivamente para “deletar” meu candidato Dr. Jacques, pela
qual o povo ainda paga uma conta que já deveria ter sido quitada. Passados dois
anos da posse de Dr. Zé, seus eleitores também reconhecem que foram vítimas de
outra TI, ou seja, um “Tiro no Iscuro”, com um voto sem futuro.
Ao perceber que a única TI usada pelo
prefeito é a “Tecnologia da Imbromação”, o próprio Gilson Corrêa trocou as
lides políticas pela tarefa de amansar uma boiada nova e, agora, só pensa em
participar com o seu netinho da próxima Festa do Carro de Boi da Cachoeira.
Frustrado com as conseqüências da poderosa Tecnologia da Informação, ele já não
esconde a sua baita TI (Taxa de Insatisfação) com o governo do Dr. Zé. (CARLOS DO CIÇA)
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