A goleada de 7 a 0,
na votação que, ontem, aprovou as contas de campanha da presidente Dilma
Rousseff foi uma "vitória da democracia", avalia Paulo Moreira Leite,
diretor do 247 em Brasília.
"A decisão não
resolve nenhum problema que o governo Dilma poderá enfrentar na economia, na
composição do ministério ou na articulação com aliados durante o segundo
mandato. Mas livrou a presidente de um inevitável mal-estar na cerimonia de
diplomação, marcada para 18 de dezembro e também na posse, em 1 de janeiro. Para
quem, como eu, sempre considerou que havia uma motivação essencialmente
política nas insinuações e ilações sobre as verbas de campanha, o 7 a 0 marca
uma vitória da democracia, uma manifestação de respeito pela vontade do
eleitor", diz ele.
O motivo: "às voltas
com uma oposição agressiva, capaz de estimular passeatas que falam em
impeachment e pedem intervenção militar, num ambiente pesado no qual o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso permite-se questionar a ´legitimidade´
de seu mandato, Dilma livrou-se de um constrangimento — a mancha política de ser empossada com as
finanças de campanha sob suspeita."
Segundo Paulo
Moreira Leite, a "vitória de Dilma foi valorizada, em particular, pelo
desempenho de um personagem principal: o relator Gilmar Mendes, ministro que
desde 2012, no julgamento da AP 470,
tem-se destacado pela caráter ideológico de seus votos contra o
PT".
No entanto, desta
vez, faltavam argumentos. "O advogado Fernando Neves, antigo ministro do
TSE, disse no final do julgamento que ´bastava conhecer os argumentos de quem
queria rejeitar as contas para ver que era um trabalho sem muito sentido. Se
tivesse votado pela rejeição, Gilmar Mendes teria negado tudo o que fez em sua
carreira. Ele sempre deu votos técnicos.´”
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