O senador
Aécio Neves (PSDB) usou dinheiro da campanha à Presidência da República para
pagar os serviços de dois ex-ministros do Supremo Tribunal Federal no episódio
do aeroporto de Cláudio. Durante a corrida eleitoral, o jornal Folha de S.
Paulo revelou que Aécio, quando governador de Minas Gerais (2003-2010),
construiu um aeroporto de R$ 14 milhões em um terreno que foi desapropriado de
seu tio-avô, Múcio Tolentino, ex-prefeito da cidade de Cláudio. Os pareceres
emitidos pelos escritórios de Ayres de Britto e Carlos Velloso atestaram a
legalidade de uma obra pública em um terreno desapropriado pelo Estado, ainda
que haja um imbróglio - o parente de Aécio não concordou com o valor pago pelo
governo pela área e estendeu a causa à Justiça. À época, a Folha noticiou que o
escritório de Britto cobrou R$ 56 mil pelo serviço. Segundo a prestação de
contas da campanha de Aécio declarada ao Tribunal Superior Eleitoral, Velloso,
por sua vez, recebeu R$ 58 mil para ajudar o ex-presidenciável tucano a
justificar a obra no terreno que pertencia ao tio-avô, feita em uma cidade de
cerca de 25 mil habitantes. O periódico ainda cravou que a disputa em torno da
indenização faz com que as chaves do aeroporto construído com verba pública
permaneçam com familiares do senador. Além disso, a Anac (Agência Nacional de
Aviação) não homologou o equipamento por falta de documentos.
Impugnação
das contas: Nesta segunda-feira (1/12), o jornal O Globo informou que o PT
pediu mais tempo ao TSE para analisar as contas de Aécio, pois a digitalização
dos documentos foi feita em cima do prazo para que os partidos políticos solicitassem
a impugnação das candidaturas com base em erros nos gastos de campanha, se for
o caso. Na impossibilidade de estender o prazo de análise, o partido de Dilma
pede que o Tribunal considere a despesa com os serviços dos dois ex-ministros
irregular, pois versam sobre uma obra que Aécio entregou em 2010, quando os
gastos de campanha do candidato devem se limitar ao período eleitoral. O PSDB
solicitou diretamente a impugnação das contas de Dilma. Os tucanos alegaram,
entre outros pontos, que o PT gastou muito mais do que o teto permitido pela
Justiça Eleitoral.
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