O ex-ministro da Agricultura e presidente do PMDB Mineiro, deputado
federal Antônio Andrade, jamais se enquadrou no perfil daqueles políticos que
distanciam de seus lastros naturais na medida em que galgam os degraus da carreira
pessoal. Vários deles já atingiram a estratosfera da política nacional e
despencaram até cair no ostracismo porque cortaram o cordão umbilical de suas
bases eleitorais. Exemplo típico na região é o ex-prefeito de Patos de Minas,
Arlindo Porto Neto, que numa trajetória meteórica na década de 1990 foi
vice-governador do estado, senador e também ministro da Agricultura, mas perdeu
a identidade com a sua gente e as lideranças regionais, interrompendo
fatidicamente a continuidade da sua ascensão política. Na segunda-feira,
dia 16, em Vazante, Antônio Andrade fez o dever de casa ao iniciar a corrida
para dar mais um grande salto em sua vida pública como vice na chapa do
candidato a governador Fernando Pimentel, do PT, na disputa pelo Governo de
Minas. Em um almoço de confraternização, no quintal da sua residência, na
Fazenda Pinheiro, o deputado recebeu lideranças políticas de mais de 50 cidades
do Alto Paranaíba, Noroeste e Triângulo Mineiro. Com a presença de prefeitos,
ex-prefeitos, vereadores e presidentes de diversos partidos, inclusive
contrários à coligação PT/PMDB, o evento traduziu a força regional do deputado
em manifestações espontâneas de apoio à sua candidatura. Todos que discursaram
ressaltaram não só os compromissos assumidos e cumpridos pelo político Antônio
Andrade, mas principalmente o seu sentimento sincero de companheirismo,
colaboração e amizade com os que com ele convivem, desde o seu primeiro mandato
de deputado estadual, de 1995 a 1999. “Ele é um homem iluminado e está no lugar
certo e no momento certo para nos representar”, resumiu a ex-prefeita de
Coromandel, Dione Peres (PMDB). Já o
deputado Antônio Andrade lembrou que a sua candidatura teve aprovação da
maioria dos delegados do PMDB e que, depois de intensas discussões, a coligação
com o PT foi aprovada após o partido concluir que não tinha preparado um
candidato próprio para concorrer ao Governo de Minas. Ele observou também que a
composição consolida o governo de centro-esquerda nesta trajetória de doze anos
em que o PMDB já é aliado do PT a nível nacional. Segundo Antônio Andrade, a
principal proposta da coligação é resgatar Minas para os mineiros, considerando
a situação de abandono em que vivem várias regiões, nas questões da saúde,
educação, segurança pública e outras responsabilidades do Governo do Estado. “Vamos ouvir sugestões da própria população para elaborarmos nosso
programa de governo, priorizando as carências de cada região”, disse ele. Com sua reeleição garantida para concorrer novamente a uma
vaga na Câmara Federal, Antônio Andrade justificou sua decisão de sair
candidato a vice-governador manifestando confiança na vitória e na competência
de Fernando Pimentel. “Não podemos nos acomodar em trabalhar
apenas para a nossa região. Sentimos necessidade de trabalhar para melhorar
Minas como um todo. O povo mineiro já cansou desse governo, que tem uma das
maiores dívidas financeiras e a maior carga tributária entre os estados de todo
o país. Por causa dos altos impostos em Minas, estamos perdendo empresas e
empregos para o estado de Goiás, onde a tributação é menor”, denunciou o deputado. Com uma alíquota de ICMS que pode chegar até 25% em
determinados produtos e serviços, o Governo de Minas Gerais fechou o ano de
2013 com uma dívida em torno de R$ 78 bilhões.
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