Os
embates entre a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff e o
adversário Aécio Neves (PSDB) continuam repercutindo e dando margens para novos
confrontos. Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aécio é
"grosseiro" e possui "comportamento de filhinho de papai".
As críticas de Lula ao adversário tucano foram feitas neste sábado, em Belo
Horizonte (MG), quando ele participava de um ato de campanha ao lado da
presidente Dilma. "Nunca vi um cidadão faltar com respeito com uma
presidente como faz nosso opositor. Eu não tinha coragem de ser grosseiro
contra o Collor. Isso é comportamento de um filhinho de papai. Não sei se ele
teria coragem de ser tão grosseiro se o adversário dele fosse homem. Não é só
porque Dilma é mulher, mas porque ela é presidente desse País", disparou. Lula
afirmou, ainda, que Aécio às vezes age como um "fidalgo" e criticou o
tucano pelo desrespeito não apenas contra a presidente, mas também contra a
população mais pobre. "Se ele trata a presidente desse jeito, imagina se
ele encontrar uma pessoa na faixa, ou um catador. Isso é muito grave, porque as
pessoas se acham no direito de desrespeitar o outro e depois se fazer de
vítima. E é mais um motivo, uma razão para elegermos Dilma", disse. Lula
também condenou o fato de Aécio ter se recusado a fazer o teste do bafômetro
quando foi parado em uma blitz da Operação Lei Seca. "Bafômetro não é
medir carteira de motorista ou não. Bafômetro cheira álcool", disse. Ao
longo do seu discurso, Lula relembrou eleições passadas e disse que, muitas
vezes, os eleitores brasileiros cometem equívocos, como os da eleição de
"1989". "Esse País muitas vezes comete equívoco. Em 1989, o País
estava com medo de mim, mas também de Ulysses Guimarães, do Brizola, Mario
Covas. E esse medo era muitas vezes instigado pela imprensa. E no fim, o povo
escolheu Collor, presidente da República, dizendo que era o novo. E vocês sabem
o que aconteceu. Eu era muito radical na época, nem a barba aparava, fiquei
ofendido, mas ficar com medo de Ulysses, Brizola, que tinham história?",
disparou. "A imprensa brasileira está nas mãos da elite e não admite que
nenhum governante olhe para as pessoas mais pobres", completou. O
ex-presidente também atacou o comportamento de Aécio em relação às denúncias de
corrupção. "Ele se esqueceu que seu avô (Tancredo Neves) trabalhou no
governo de Vargas [Getúlio Vargas]e foi primeiro-ministro de João Goulart.
Aécio faz como a UDN: sabe fazer denúncias de corrupção dos outros e esconde o
seu rabo para ninguém saber", disparou.
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