Os produtos jornalísticos da Rede Globo parecem reciclar o expediente adotado no sequestro de Abílio Diniz, que mudou os rumos da eleição de 1989, para noticiar uma "ação terrorista" que acontece nesta segunda (29), em Brasília. O portal G1 e a Globo News pulicaram que um sequestro ocorre por motivação política no mesmo hotel que pretendia contratar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), condenado na Ação Penal 470. De acordo com a polícia, por volta das 8h da manhã um homem com cerca de 30 anos deu entrada no hotel Saint Peter. Ele foi de quarto em quarto apenas no 13º andar e pediu que os hóspedes esvaziassem o edifício. Segundo fontes ouvidas no local, não se trata de roubo ou sequestro com a finalidade de pedir algo em troca, mas sim de "terrorismo". No início desta tarde, cerca de 300 hóspedes já haviam deixado o local. O sequestrador faz de vítima um dos mensageiros do hotel, que aparece frequentemente na sacada de um quarto, portando um cinto que supostamente contém explosivos. A polícia ainda não confirmou essa informação, mas estima que se de fato a carga for real, ela tem potencial para danificar a estrutura do prédio. A polícia identificou que o sequestrador tentou uma vaga de vereador no Tocantins pela coligação PP, PTB e PSDB, mas não foi eleito. Segundo informações da Globo News, a corporação avalia que o infrator apresenta desequilíbrio emocional e diz que sua motivação é de ordem política. Em frases desconexas, ele pede a extradição de Cesare Battisti e ampliação da Lei da Ficha Limpa. A emissora também associou o episódio ao hotel que contrataria Dirceu - algo equivalente a associar um acidente na linha do Metrô paulista ao caso Alstom.
Caso Diniz - Faltando cinco dias para o primeiro turno das eleições, a grande mídia parece insistir em uma bala de prata contra a vantagem da candidata Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de opinião. A lembrança de Dirceu no sequestro de hoje lembra a cobertura de grandes jornais sobre o sequestro do empresário Abílio Diniz, executivo do grupo Pão de Açúcar, em 1989. Naquele ano, o caso foi revelado às vésperas do segundo turno das eleições. Fernando Collor de Mello (PRN) e Luís Inácio Lula da Silva (PT) disputavam a Presidência. À época, a grande mídia levantou suspeitas sobre o envolvimento do PT no sequestro de Diniz. Após a vitória de Collor, as acusações foram desmentidas. A investigação apontou que os envolvidos na ação foram obrigados a vestir uma camisa da campanha de Lula.
É muita putaria pra um país só!
ResponderExcluir