O candidato do governo do Rio pelo PR, Anthony Garotinho, trouxe
à tona hoje, ao vivo, durante entrevista ao RJTV 1ª Edição, o processo que
acusa a emissora de ter sonegado bilhões de reais em impostos. "Eu não sei
se a Globo é culpada, eu até acho que é, mas é opinião minha, quem vai dizer
isso é o juiz. Disseram que a Globo sonegou bilhões", disse Garotinho à
jornalista Mariana Gross. A declaração foi feita depois de a entrevistadora ter
questionado o deputado sobre denúncias de corrupção que envolvem seu nome.
"Sou vítima de muitas perseguições. O sistema brasileiro é: acusação, que
cabe ao promotor, você está falando de acusações, a defensoria pública ou o
advogado defende e o juiz julga. Ou seja, acusação todo mundo tem, agora mesmo
acusaram a Globo de estar envolvida em um desvio bilionário com laranjas e
paraísos fiscais", respondeu Garotinho. Depois de Garotinho dizer que
considerava a Globo culpada, Mariana Gross interrompeu o candidato:
"candidato, o tema aqui não é a TV Globo". "Eu sei",
respondeu Garotinho. "Mas eu só estou dizendo a você como as injustiças
acontecem", completou. "Candidato, a Globo não sonegou nada,
candidato. Deixo claro para o senhor", defendeu ainda a jornalista.
"Quem está dizendo isso é o inquérito aberto da Polícia Federal",
rebateu o deputado, convidado em seguida a mudar de assunto. "Vamos para o
IPVA?", questionou a apresentadora. Em outro momento da entrevista, o
deputado tocou em mais um ponto frágil da emissora: o apoio à ditadura.
Questionado se não há "incoerência" em ações que não foram colocadas
em prática quando Garotinho foi governador e estão sendo prometidas agora, o candidato
disse: "quantas coisas às vezes na vida a gente faz autocrítica, por
exemplo, a Globo apoiou a ditadura. Depois passou um tempo, fez uma autocrítica
reconheceu que não devia ter apoiado a ditadura". O candidato é líder nas
pesquisas para o governo do Rio e deve enfrentar no segundo turno o atual
governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
O DIA EM QUE BRIZOLA HUMILHOU A
GLOBO - O gesto de Garotinho
lembrou uma sova aplicada na Globo, em seus próprios estúdios, dada pelo então
governador Leonel Brizola. Mais precisamente, em 15 de março, quando Cid
Moreira, locutor do Jornal Nacional, leu um direito de resposta de 3 minutos.
-
Não reconheço autoridade moral na TV Globo para falar sobre liberdade de
imprensa, subserviente que foi ao regime militar, desferiu Brizola, na voz e
imagem do então principal âncora do Brasil. - Tudo é tendencioso, tudo é por
dinheiro, insistiu a nota assinada por Brizola. Por um momento, ao rebater com
lembranças sobre a atual acusação de sonegação fiscal da Globo, Garotinho
lembrou seu antigo líder político.
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