quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Campanha de Pimenta da Veiga demite em massa


Equipes inteiras de homens e mulheres, a maioria jovens, que agitavam bandeiras e distribuíam adesivos para carros na Região Centro-Sul de Belo Horizonte foram comunicadas esta semana que não trabalhariam mais na campanha do PSDB. As dispensas atingiram mais de 100 pessoas e ocorreram no comitê montado em prédio da Rua Tomé de Souza, na esquina com a avenida Getúlio Vargas, na Região da Savassi. Os demitidos ganhavam R$ 1,2 mil por mês e a maioria foi contratada há cerca de dois meses. A importância desse comitê pode ser medida por uma reunião realizada no local, no fim de julho, entre coordenadores da campanha com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e seu vice, Délio Malheiros (PV). Àquela altura, Lacerda tinha consolidado a posição de dissidente, negando apoio ao candidato do próprio partido, Tarcísio Delgado, para pedir votos para Pimenta da Veiga. A redução de pessoal pago na campanha não é o único sinal de crise na campanha tucana. Multiplicam-se manifestações, ainda sob anonimato, de candidatos a deputado frustrados dos partidos da coligação com os rumos da campanha de Pimenta. Alguns já trabalham abertamente para Fernando Pimentel (PT), como Bernardo Santana (PR), que integra a coordenação da campanha da Coligação Minas Pra Você. As mudanças na coordenação da campanha tucana, com a troca do deputado federal Alexandre Silveira (PSD) pelo ex-secretário estadual de Governo, Danilo de Castro (PSDB), e o afastamento do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, estão gerando mais reclamações do que soluções. Antes, candidatos a deputado federal da coligação diziam que Nárcio privilegiava a campanha do filho Caio Nárcio. Agora, alegam que Danilo faz o mesmo para assegurar a reeleição do filho, Rodrigo de Castro, à Câmara dos Deputados. O desespero na cúpula da campanha tucana pode ser medido também pelo tom adotado nesta terça-feira pelo presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana. Em entrevista do jornal O Tempo, ele explicou da seguinte forma a mudanças de rumo que a coligação tomará nas próximas semanas: "Vamos ao confronto. Essa coisa de jingle, de ir às ruas mostrar apoio do povo, fazer caminhada, essa coisa de o candidato se mostrar caçando o povo não funciona mais. Está ultrapassado. É o que um amigo marqueteiro argentino me diz: lá é 'porradaria' pura e ganha quem ficar de pé. Nos Estados Unidos, os democratas compram comerciais na televisão. Os republicanos, também. E não é para falar bem deles não. É para falar mal do adversário. Todos desconstroem o adversário. É o que precisa ser feito."

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