Equipes inteiras de
homens e mulheres, a maioria jovens, que agitavam bandeiras e distribuíam
adesivos para carros na Região Centro-Sul de Belo Horizonte foram comunicadas
esta semana que não trabalhariam mais na campanha do PSDB. As dispensas
atingiram mais de 100 pessoas e ocorreram no comitê montado em prédio da Rua
Tomé de Souza, na esquina com a avenida Getúlio Vargas, na Região da Savassi. Os
demitidos ganhavam R$ 1,2 mil por mês e a maioria foi contratada há cerca de
dois meses. A importância desse comitê pode ser medida por uma reunião
realizada no local, no fim de julho, entre coordenadores da campanha com o
prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e seu vice, Délio Malheiros
(PV). Àquela altura, Lacerda tinha consolidado a posição de dissidente, negando
apoio ao candidato do próprio partido, Tarcísio Delgado, para pedir votos para
Pimenta da Veiga. A redução de pessoal pago na campanha não é o único sinal de
crise na campanha tucana. Multiplicam-se manifestações, ainda sob anonimato, de
candidatos a deputado frustrados dos partidos da coligação com os rumos da
campanha de Pimenta. Alguns já trabalham abertamente para Fernando Pimentel
(PT), como Bernardo Santana (PR), que integra a coordenação da campanha da
Coligação Minas Pra Você. As mudanças na coordenação da campanha tucana, com a
troca do deputado federal Alexandre Silveira (PSD) pelo ex-secretário estadual
de Governo, Danilo de Castro (PSDB), e o afastamento do secretário de Estado de
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, estão gerando mais
reclamações do que soluções. Antes, candidatos a deputado federal da coligação
diziam que Nárcio privilegiava a campanha do filho Caio Nárcio. Agora, alegam
que Danilo faz o mesmo para assegurar a reeleição do filho, Rodrigo de Castro,
à Câmara dos Deputados. O desespero na cúpula da campanha tucana pode ser
medido também pelo tom adotado nesta terça-feira pelo presidente estadual do
PSDB, Marcus Pestana. Em entrevista do jornal O Tempo, ele explicou da seguinte
forma a mudanças de rumo que a coligação tomará nas próximas semanas: "Vamos
ao confronto. Essa coisa de jingle, de ir às ruas mostrar apoio do povo, fazer
caminhada, essa coisa de o candidato se mostrar caçando o povo não funciona
mais. Está ultrapassado. É o que um amigo marqueteiro argentino me diz: lá é
'porradaria' pura e ganha quem ficar de pé. Nos Estados Unidos, os democratas
compram comerciais na televisão. Os republicanos, também. E não é para falar
bem deles não. É para falar mal do adversário. Todos desconstroem o adversário.
É o que precisa ser feito."
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