O discurso neoudenista do PSDB foi atingido em cheio pela Operação Lava Jato. De um lado, o ex-governador e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi incluído na 'lista de Janot', acusado de receber R$ 1 milhão do esquema do doleiro Alberto Youssef. De outro, o senador Aécio Neves foi citado na delação de Youssef, como beneficiário de propinas mensais pagas pela Bauruense, uma empresa subcontratada por Furnas no governo FHC – embora o caso tenha sido arquivado, ainda pode ser reaberto. Nesse novo cenário, o PSDB perde condições de manter a estratégia de desestabilização do governo Dilma e promover um eventual impeachment. E hoje, na Folha de S. Paulo, surge o primeiro sinal de que o partido, por meio de sua principal liderança, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, estaria até disposto a um diálogo. Na reportagem de Catia Seabra, que mantém boas fontes no tucanato, FHC informou que 'conversa com todo mundo'. Outros aliados foram mais explícitos. "Ele não quer que o circo pegue fogo, porque todo mundo se queima", disse o vereador Andrea Matarazzo, que já foi arrecadador de campanha e ministro de FHC. "Fernando Henrique acha que em algum momento vai ter que pactuar. Mas diz que Lula insiste no 'nós contra eles'. E não percebe que o problema é de todo mundo", afirmou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Os tucanos, no entanto, querem antes esperar o 15 de março, data em que estão previstas manifestações contra a presidente Dilma, para avaliar se retomam o discurso moralista ou se tentam alguma aproximação efetiva com o PT. Até lá, o PSDB colocará vários filmes no ar, chamando a presidente Dilma Rousseff de 'mentirosa'.
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