Em
uma mensagem à Comissão Internacional Contra a Pena de Morte, recebida em
audiência no Vaticano, o Pontífice afirmou que a pena capital é
"inadmissível pelo quanto possa ser grave um crime cometido por um
condenado." "Para um Estado de Direito, representa a falência, porque
obriga a morte em nome da justiça", criticou o líder da Igreja Católica,
ressaltando que a "justiça humana é, entre outras coisas, imperfeita e
pode errar". "Em toda a história, houve debates sobre os mecanismos
para matar que reduzem a agonia e o sofrimento do condenado, mas a verdade é
que não existe um modo humano para matar alguém", acrescentou. De acordo
com Francisco, as condenações à prisão perpétua também podem ser consideradas
um tipo de pena de morte, já que "impedem a projeção de um futuro".
"A prisão perpétua, como todas as penas que impedem que o condenado
projete um futuro, pode ser considerada uma pena de morte escondida, pois não
priva a pessoa apenas de sua liberdade, e sim, da esperança também", disse
o Papa. Por fim, Jorge Mario Bergoglio afirmou que, além da pena de morte, os
países matam seus próprios cidadãos quando "levam a população a guerras e
quando fazem execuções extrajudiciais e sumárias". "É possível que o
Estado mate alguém até mesmo quando não garante ao seu povo o acesso aos bens essenciais
para a vida", explicou o Papa. Desde quando assumiu a liderança da Igreja
Católica, em março de 2013, o papa Francisco tem feito críticas à maneira como
os Estados marginalizam as pessoas e corrompem seus direitos ao impedir o
acesso a necessidades básicas.
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