A Polícia
Federal abriu um inquérito para investigar a intermediação feita por Alberto
Youssef entre pequenas hidrelétricas (PCHs) e estatais do setor de energia. Um
dos negócios envolve a InvestMinas, do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, e a
estatal mineira Cemig. A empresa depositou R$ 4,3 milhões, em 2012, na conta da
MO Consultoria – uma das empresas de fachada do doleiro, para vender alguns
ativos à Light, empresa do Rio de Janeiro controlada pela Cemig. A
justificativa da InvestMinas para o pagamento a Youssef é a de que ele
intermediou a venda, por R$ 26,5 milhões, da participação acionária da
companhia na Guanhães Energia para a Light Energia, com intervenção da Cemig
Geração e Transmissão S.A. O Ministério Público suspeita que os contratos e
notas referentes à negociação sejam fraudulentos. Youssef, investigado e hoje
colaborador da Lava Jato, costumava afirmar que pequenas hidrelétricas eram
excelentes negócios. No despacho que resultou na prisão de empreiteiros e no
ex-diretor da Petrobras Renato Duque, na última sexta-feira 14, o juiz federal
Sério Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato, cita o inquérito
referente à Cemig. Diz ele: "trata-se de negócio que, embora suspeito, não
estaria relacionado aos desvios na Petrobras". No entanto, não há motivos
para acreditar que pagamentos feitos a Youssef que não sejam relacionados à
Petrobras não sejam suspeitos. Em reportagem sobre o assunto publicada nesta
sexta-feira, o jornal O Globo não cita a Cemig no título nem no subtítulo,
embora o negócio esteja relacionado à joia da coroa do governo Aécio Neves. O
caso pode fazer com que parlamentares trabalhem para ampliar a CPMI que
investiga as denúncias da Petrobras no Congresso. Relembre aqui reportagem do
247 sobre o assunto publicada no último sábado 15 e da Rede Brasil Atual sobre
a possibilidade de ampliar o escopo da CPI para outras empresas além da
Petrobras.
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