O ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, rebateu críticas que se propagaram pela mídia sobre sua
agenda com advogados da operação Lava Jato. “Me espanta que, tantos anos depois
do fim da ditadura militar [1964-1985], tantas pessoas achem equivocado que uma
autoridade receba advogados. Como advogado e ministro da Justiça, eu afirmo: é
direito de um advogado ser recebido e eu os receberei. Só na ditadura isso não
se admite”, disse ele, em entrevista à “Folha de S. Paulo”. Cardozo afirma
todos os compromissos oficiais são marcados regularmente e que, se o encontro
não aparece no registro é por falha técnica. Ele explica que teve uma audiência
solicitada por advogados da empresa Odebrecht, que apresentaram duas
irregularidades em fatos relacionados à operação. O teor desse encontro foi
mantido em sigilo. Questionado sobre as declarações do ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que exigiu sua demissão, disse: “O que vou
dizer é que as pessoas que têm mentalidade autoritária de criminalizar o
exercício da advocacia não percebem que vivem num Estado de direito”.
"Talvez para alguns nem devessem existir contraditório, ampla defesa e
advogados no mundo. Talvez preferissem o linchamento", acrescentou.
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